Saiba como a IA pode melhorar o bem-estar e saúde no ambiente corporativo

Resultados diretos podem ser verificados na redução do absenteísmo e aumento da produtividade dos funcionários

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Para 52% de cidadãos brasileiros entrevistados em uma pesquisa do Instituto Ipsos em 2023, o principal problema do pais, em termos de bem-estar, são os desequilíbrios provocados pelos desequilíbrios na saúde mental. Contudo, esse entendimento não é recente, já que tem sido monitorado nos últimos cincos pela pesquisa “Global Health Service Monitor”.

Outro estudo importante foi apresentado pela consultoria Alvarez & Marsal, revelando que no primeiro semestre do ano passado, a aquisição de medicamentos antidepressivos cresceu 37%. Complementando a análise, o Brasil obteve o 3º pior índice de saúde mental do mundo.

Vale destacar que o setor empresarial foi um dos que mais investiu em saúde preventiva dos funcionários no último ano: 35% dos programas apresentam funcionalidades baseadas em IA. Segundo informações da consultoria MakeShift, dois resultados diretos e de curto prazo foram identificados: a redução de 25% no absenteísmo e o aumento de 32% na produtividade dos trabalhadores.

Para falar sobre a adoção da IA (Inteligência Artificial) em programas de saúde corporativa, conversamos com Dirceu Matheus Júnior, coordenador e professor dos cursos de pós-graduação e mestrado profissional da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Mackenzie, em São Paulo (SP).

Na avaliação do especialista, em um cenário global, no qual o bem-estar dos funcionários é um ativo importante, o capital humano, a IA emerge como uma ferramenta essencial no aperfeiçoamento de programas de saúde corporativa.

“O uso da IA permite a criação de programas de saúde personalizados e adaptados às necessidades individuais de cada colaborador. Isso é possível, com emprego de algoritmos avançados e análise de dados, que podem monitorar a saúde de toda equipe em tempo real”, esclarece.

Como a IA colabora na saúde mental dos funcionários?

Por ter a capacidade de analisar um alto volume de dados, a tecnologia pode prever possíveis problemas de saúde, antes que se tornem críticos. Alguns exemplos práticos são observados em ações preventivas, como: adoção de dietas saudáveis, prática de atividades físicas e consultas médicas frequentes.

“Sem dúvida alguma, a análise de dados sobre saúde é um dos pontos onde a IA realmente brilha. Utilizando técnicas de aprendizado de máquina, os sistemas podem identificar padrões e correlações que seriam difíceis de serem detectados manualmente”, explica o coordenador do Mackenzie.

Dirceu explica que distúrbios de saúde mental também são identificados com as ferramentas de IA tendo em vista que fornecem várias abordagens terapêuticas, entre as quais: chatbots e assistentes virtuais desenvolvidos com a tecnologia, para oferecer suporte emocional e recursos de bem-estar, disponíveis 24 horas por dia.

“Esses sistemas atuam com fornecimento de aconselhamento inicial, direcionamento do indivíduo para profissionais de saúde mental e ainda, monitoram o progresso do tratamento. Além disso, indicam técnicas de mindfulness, exercícios de respiração e monitoram sinais de estresse e burnout”, revela.

Uma avaliação global feita pela consultoria norte-americana Mobidev, no mês de junho, destacou que 35% das organizações já usam IA para saúde dos funcionários, 42% querem implementar futuramente e 77% estão na fase de implantação.

Programas personalizados e com foco no bem-estar

A personalização dos programas de saúde corporativa é outra vantagem relevante da IA, concebida a partir da coleta e análise de dados. A partir do diagnóstico obtido, é possível atender às necessidades específicas de cada colaborador.

Com base nos dados coletados e geração dos diagnósticos individuais, são desenvolvidos mecanismos para monitoramento contínuo da saúde, entre os quais, dispositivos vestíveis e aplicativos móveis. “Por meio desses aparatos são verificadas uma série de métricas, como por exemplo: frequência cardíaca, padrões de sono, níveis de atividade física e até estresse”, revela o educador.

Outro setor impactado positivamente pelas tecnologias da IA é a Telemedicina, já que a automação digital facilita a realização de consultas virtuais entre funcionários e profissionais de saúde. Nesse sentido, os assistentes virtuais atuam na triagem, coletando informações preliminares, entre as quais: histórico médico e sintomas, otimizando o tempo da consulta.

De acordo com o coordenador da Universidade Mackenzie, os programas de saúde corporativos são dotados de conteúdo educativo personalizado, com informações sobre saúde e bem-estar. “O indivíduo pode escolher o conteúdo que deseja receber, com recursos como vídeos, webinars e quizzes interativos. Nesse sentido, a educação contínua contribui com o aumento da conscientização sobre a atenção com a saúde, incentivando comportamentos mais saudáveis” observa.

Por fim, Dirceu avalia que a integração da IA nos programas de saúde corporativa está redefinindo o conceito de bem-estar no ambiente de trabalho. Com monitoramento contínuo, análise de dados avançada, personalização e suporte à saúde mental, a IA vem criando ambientes de trabalho mais saudáveis e produtivos.

Dessa forma, as empresas demonstram comprometimento com as equipes, prestadores de serviços e stakeholders. Os resultados diretos são conferidos em ambientes corporativos mais saudáveis, engajados e produtivos. “Tudo isso, é possível com o uso da IA, que faz a diferença desde as ações de saúde preventivas, até campanhas de esclarecimento”, conclui.

Dirceu Matheus Junior
Coordenador dos Cursos de Especialização – Lato Sensu da Faculdade de Computação e Informática e Professor do Mestrado Profissional em Computação Aplicada - Universidade Presbiteriana Mackenzie.


 

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Aline de Oliveira Silva
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